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Imagem retirada do Deviantart |
Um dia, ao acaso, fiquei a observar
As linhas da minha mão
Traços finos apagados pelo tempo
Ramos sem rumo
Que se estendem ao infinito
Serão mesmo estas linhas
As reticências do futuro?
O imponente destino cobiçado pelas ciganas?
Pois eu leio algo diferente
Não vejo a aurora do sol nascente
Mas sim os rastros do astro que se pôs
Essas curvas contêm o ontem; o passado omitido
De quando se colocou a mão sobre o peito doído
E se enxugou lágrimas de amor
De quando se tapou os olhos por medo
E a boca para não gritar
Dos tempos de nostalgia da pura infância
Onde as mãos brincavam de adoleta
Sem malícias, sem preocupações
Essas mãos trazem lembranças
Do toque na bochecha, após se receber um beijo estalado
Do bater de palmas, das mãos no bolso
Do indicador nos lábios, simbolizando segredo
Dos acenos distantes, das pontas frias dos dedos
Do calor de outra mão
Estas linhas escrevem o poema da vida
São a essência da alma
E trazem consigo a promessa:
De novos toques, apertos de mão
E beijinhos lançados ao vento
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Imagem tirada do Google |
Helena Marques